Meio Ambiente

Espuma em arroio causa preocupação em Santa Maria

Gabriela Perufo

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Há cerca de 20 dias, os moradores da Rua Armando Laerte Wiethan, no bairro Parque Pinheiro Machado, foram surpreendidos. Na água de uma sanga que passa na rua, uma espuma começou a se formar. Conforme a vizinhança, de manhã, a espuma ganha volume e só diminui no final do dia. A sanga desagua no Arroio Ferreira, às margens da BR-287.
- Faz uns 15 ou 20 dias que trocaram os canos ali na ponte. Foi quando começou a espuma. De manhã, ela começa a aparecer e fica o dia inteiro. Há dias em que fica alta, mais de metro. Se é um dia com vento mais forte, ainda sai voando um pouco. O problema é que tem um cheiro muito desagradável - explica a professora Cely Mello, 55 anos, que há 20 anos mora perto da sanga.

Outra moradora, que vive há cerca de cem metros do córrego de água, conta que, nos dias em que a espuma se espalha, é possível enxergar do pátio da casa dela.
- Há dias em que quase alcança os fios do telefone. Eu enxergo daqui. Deve fazer um mês que colocaram os tubos, e a queda da água ali do cano faz uma espécie de cachoeira, que provoca essa espuma toda - acredita Irene Elizabet Wiethan, que há 46 anos mora na região.
- Um dia, antes das 8h, meu marido estava saindo para trabalhar e me acordou. Ele disse: "vem tirar foto". E, quando eu cheguei e vi, fiquei impressionada - lembra a dona de casa Carmen Beatriz de Freitas, 50 anos.

O secretário de Infraestrutura, Obras e Serviços, Tubias Calil, confirmou que, há cerca de 20 dias, foi colocada uma galeria de tubos na ponte. Atualmente, só existe um tubo de passagem de água e segundo Calil, um segundo cano deve ser colocado. Conforme o secretário, a espuma não tem relação com a obra feita recentemente.

Após contato feito pela reportagem do Diário, um técnico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) foi até o local fazer um levantamento fotográfico, na tarde de segunda-feira. Conforme o coordenador de licenciamento ambiental unificado da Fepam e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Lúcio Ramos, a Fepam deve trabalhar para identificar a origem do componente que causa espuma na água. Também na tarde de segunda, uma equipe do 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar foi até o local e recolheu amostras da água, que deve ser encaminhada para análise.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Antonio Carlos Lemos, afirmou que um fiscal deve ir até o local ainda na terça-feira.
- Primeiro, temos de saber a origem e verificar o que está acontecendo. Se for identificado, pode ser feita uma notificação -  diz o secretário.

Na segunda-feira, nenhuma das autoridades soube dizer o que era ou de onde poderia ser proveniente o material que está ocasionando a espuma e o mau-cheiro.

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